SOLIDÃO
Alberto estava triste, fazia já meses que não tinha vontade de fazer nada. Abria a geladeira sem vontade, olhava,olhava, pegava algo, murmurava coisas sem sentido e se arrastava devagarinho até o sofá. Experimentava todos os canais, nem sequer tinha forças para sentir raiva, apenas contrariedade. Não se dava ao trabalho de desligar a TV, abandonava a sala, deitava em sua cama e olhava para o teto, as vigas sob o eternit traziam-lhe a idéia de suicídio, pensava nas cordas que poderia usar para enforcar-se, divagou, seus pensamentos correram pela mente, tinha preguiça, adormeceu.
Quando acordou viu que havia escurecido, sentiu medo. Estava só, nesses dias a depressão o impediu de sair de casa. Sentiu vontade de ver pessoas, parecia que não via pessoas há muito tempo. Era tarde, melhor ficar em casa. “Amanhã quando o sol nascer, quando amanhecer, tem tanta coisa que quero fazer, conhecer pessoas, olhar os jardins, andar...”.
Tomou um diazepam e adormeceu feliz pensando nas coisas legais que ia fazer no outro dia.
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