Quem sou eu

Escritor,roteirista e pesquisador da história e cultura pantaneira, recebeu vários e importantes prêmios literários, entre os quais o “Brasília de Ficção”, com o romance “Raízes do Pantanal”. O conto, “Nessa poeira não vem mais seu pai”, ficou como finalista entre 967 concorrentes do Concurso Guimarães Rosa, promovido pela “Radio Françe Internationale” em Paris. O mesmo conto transformou-se numa peça de teatro produzida pelo Grupo Teatral Minas da Imaginação e, roteirizado pelo próprio Autor, num curta metragem infanto-juvenil, “A poeira”, atualmente exibido no Programa Curta-Criança 3 da TV-Brasil do Rio de Janeiro. O Conto "O caso de Joanita" foi roteirizado para um média metragem, dirigido e produzido por Reynaldo Paes de Barros. A sua obra é referência em teses monográficas e vem sendo analisada e estudada nas universidades de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Tem artigos, crônicas, contos, ensaios publicados em jornais, revistas, sites da Internet e entrevistas dadas a televisões e rádios nacionais e internacionais. Considera-se um ser mais biodegradável do que biografável, pois nasceu em Corumbá,MS, Cidade-Natureza.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

RIO  DE  SONHO                                           
                                                                       Augusto César Proença
                        
Era ele que me convidava a escutar o silêncio das margens 
me trazia biguás estraçalha (dores) de peixes e
me dava de japa a inocência das garças.

Era ele que me jogava oferendas de flores
me trazia o ritmo encrespado das ondas de inverno e
me abria o sexo da menina em flor: seus segredos.

 Era ele que me espelhava o sol, a lua, a meia lua, a lua cheia
me acendia a chama que existia em mim-menino e
me levava a acompanhar suas curvas indecisas.

Mas hoje o rio de sonho me deixou de dar sonhos.
Vai perdendo sua força, sua pureza de rio absoluto.
Traz o veneno das fumaças e das quedas dos barrancos.
Traz poeira seca de minérios, punhado de peixes enredados: seus desesperos.

Hoje o rio que já foi de sonhos carrega a ferrugem das margens.
Curimbatá, Pacu, Dourado, Pintado são recursos do passado.
São saudades nas lágrimas dos meus olhos.



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