Quem sou eu

Escritor,roteirista e pesquisador da história e cultura pantaneira, recebeu vários e importantes prêmios literários, entre os quais o “Brasília de Ficção”, com o romance “Raízes do Pantanal”. O conto, “Nessa poeira não vem mais seu pai”, ficou como finalista entre 967 concorrentes do Concurso Guimarães Rosa, promovido pela “Radio Françe Internationale” em Paris. O mesmo conto transformou-se numa peça de teatro produzida pelo Grupo Teatral Minas da Imaginação e, roteirizado pelo próprio Autor, num curta metragem infanto-juvenil, “A poeira”, atualmente exibido no Programa Curta-Criança 3 da TV-Brasil do Rio de Janeiro. O Conto "O caso de Joanita" foi roteirizado para um média metragem, dirigido e produzido por Reynaldo Paes de Barros. A sua obra é referência em teses monográficas e vem sendo analisada e estudada nas universidades de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Tem artigos, crônicas, contos, ensaios publicados em jornais, revistas, sites da Internet e entrevistas dadas a televisões e rádios nacionais e internacionais. Considera-se um ser mais biodegradável do que biografável, pois nasceu em Corumbá,MS, Cidade-Natureza.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

Luar de lua cheia

FRASES                                                            
 “As limitações corroem, fabricam múmias repetitivas e desgastam o sorriso das pessoas”. (Augusto César Proença).
“Se tudo já está escrito em forma de lei, eu quero mais alguma coisa que estabeleça a liberdade”. (Augusto César Proença).
 “Se algum dia eu parar de falar, busquem dentro de mim o canto de um sabiá. (Augusto César Proença).
“Quando a sirene do meu coração tocar acordes de primavera, me levantarei, me colocarei em posição de sentido e darei continência à vida. (Augusto César Proença).
“Se você quiser roubar o meu desespero, chegue mansinho como um pássaro e me cante o som do amanhecer”. (Augusto César Proença).
“No Pantanal passa boi, passa boiada... a natureza fica”. (Augusto César Proença).
“Ser ecologista é ter uma rosa plantada no coração”. (Augusto César Proença).










Teatro de bonecos

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Teatro de bonecos

CULTURA E CIDADANIA

Augusto César Proença


Existe um mito de que num país carente como o Brasil, “fazer cultura ou mexer com cultura” é um luxo, coisa quase impossível, para não dizer secundária. Dizem que cultura não enche barriga de ninguém, não dá moradia, saúde, segurança, não dá lucro nem voto, não resolve os básicos problemas do povo brasileiro que há anos se arrastam sem solução satisfatória.

Encoberto por esse mito, tão falso quanto vários outros fabricados pela sociedade em geral, o tempo passa e nada ou quase nada é feito para reverter o quadro de incompreensão cultural a que estamos submetidos, prejudicial a um país que necessita de Educação e de Cultura para se estabelecer com competência dentro do contexto da nova ordem econômica.

Há muitos anos que o modelo de políticas públicas para a cultura vem sendo destituído do seu papel central que é o de contribuir para a inclusão social. O Brasil, apesar das ditaduras e das redemocratizações, não democratizou como devia o modelo de políticas públicas, cujas ações basicamente continuam voltadas às atividades artísticas direcionadas a uma camada de intelectuais, empresários do setor cultural e artistas, deixando o povo marginalizado, fora do processo e entregue à sua própria história.

Os sucessivos debates em torno do financiamento, dos patrocínios e das leis de incentivo, embora necessárias, desgastam-se em discussões estéreis e provocam cada vez mais o distanciamento entre o setor cultural e a sociedade, gerando a tal incompreensão e reforçando a descrença na cultura como um elemento fundamental na formação do ser humano. Para que tantos patrocínios, tantos festivais, tantos museus, tantas leis, tantos projetos para conservação de patrimônios históricos, tantas mobilizações culturais se as necessidades básicas do povo brasileiro nas áreas de habitação, saúde, segurança, educação etc., não estão ainda resolvidas? – indagam muitos.

A esses incrédulos (e não são poucos), perguntamos: como construir uma sociedade justa e solidária sem o processo que privilegie os direitos fundamentais do ser humano? Nos tempos atuais, quando se fala muito em “cidadania”, deveríamos dar maior atenção à Cultura, com C maiúsculo, como forma de inclusão, libertação e desenvolvimento social e econômico. Povo sem cultura será sempre um povo amordaçado, sem voz e sem vez, que não se conhece, incapaz de reivindicar seus direitos e de conhecer os seus deveres. Será sempre um povo sem identidade própria, fadado a viver como “uma maria-vai-com-as-outras”, “pau-pra-toda-obra ou mão-de-obra barata”, encurralado feito gado e ainda por cima de tudo dependente de cestas básicas.

Cultura não é apenas entretenimento ou passatempo, como muitos pensam. É uma forma de educar através da música, da poesia, dos livros, do teatro, do cinema (no Brasil, segundo o IBGE, apenas 8% dos municípios possuem cinema e 19% teatro). Cultura é ensinar a ter bons hábitos e costumes, noções de valores, regras de conduta, de higiene, de saúde, de sistemas de crenças. É explicar que não se deve jogar lixo no chão, que é preciso plantar uma árvore e uma flor, respeitar o Patrimônio Público, a casa onde mora, a rua que é sua, o gramado do jardim, o banco da praça que alguém vai se sentar, ou dormir, por infelicidade do destino. É um veículo de transformação e de renovação. Representa um todo integrado em que cada pessoa articula-se com as demais. É exclusividade do ser humano, porque ele é quem faz Cultura para legar às gerações futuras.
Cultura é memória, história, filosofia, lazer, fonte de conhecimento para que o seu filho se insira com dignidade na nova era econômica e social que desponta no cenário mundial. É uma arma poderosa contra a violência e contra as drogas.


# Augusto César Proença é escritor, roteirista, pesquisador da história regional, autor de vários livros, entre os quais Pantanal, Gente, Tradição e História.